segunda-feira, 24 de setembro de 2012

(GRUPO MILITARISMO) Análise dos aspectos éticos do filme: Um Ato de Coragem


Por: ADRIELE PEREIRA, ENEIDE FERREIRA, MARCUS SANTOS, MAYARA PAIVA, THAÍSE ADORNO, SINARA, VÂNIA ALVES.

Análise dos aspectos éticos do filme: Um Ato de Coragem

Se aqui no Brasil uma pessoa armada invadisse uma propriedade privada, fazendo reféns e exigindo mudanças nas leis, como você a classificaria? Como criminosa? O filme “Um Ato de Coragem” conta a história de John, homem comum, que trabalha em uma indústria. Ele, sua mulher e seu filho vivem de forma simples, amorosa e religiosa, apesar de terem algumas dividas. O drama da família começa quando descobrem que seu único filho está gravemente doente e precisa de um transplante de coração.
Então, o pai se vê em estado de desespero e procura encontrar formas para pagar o tratamento do seu filho, já que, é avisado que seu plano de saúde não cobriria aquele tipo de intervenção, pedindo, então, ajuda ao governo, empréstimo em bancos sem sucesso, vendendo a maior parte de seus bens e pedindo doações. Mesmo, com esses esforços é impossível obter a quantia suficiente para pagar o tratamento. Sem dinheiro, sem ter mais a quem recorrer, com a certeza de que seu filho iria morrer se nada fizesse, ele toma uma medida desesperada. Invade armado o setor de emergência do hospital onde seu filho encontra-se internado, sequestra e faz reféns médicos, trabalhadores e pacientes afirmando que só vai se entregar quando seu filho for operado. Sem opção ele tenta negociar com a polícia, mas está disposto a perder sua vida para salvar a de seu filho.
 O filme vai seguindo e com ele uma sucessão de atos de vários personagens ou de instituições, tais como o sistema de saúde, os profissionais, as autoridades, os pacientes, a mídia que nos leva refletir a partir do olhar da ética.
O filme é uma grande critica ao sistema de saúde americano, no qual só tem acesso à saúde quem pode pagar por ela, no caso, o hospital se nega a fazer a cirurgia se não houver o pagamento, mesmo sabendo que a criança corria risco de morrer. Sendo a vida nosso bem maior, como negar atendimento a um cidadão que não pode custear sua saúde? Estaremos sendo éticos reduzindo à saúde a uma mercadoria?
A visão de ética do personagem principal foi turvada ou sofreu modificação pelas frustrações e injustiças que sofreu, levando-o a chegar às 'vias de fato', recorrendo a um ato de violência física e violação dos direitos (como a liberdade, por exemplo) de terceiros. Ou seja, ao filho dele foi negado um direito (direito a saúde e tratamentos que possibilitem a mesma), portanto, ele achou necessário 'negar' a outras pessoas seu direito a liberdade para que reassegurasse o primeiro. Situações extremas levam a atitudes extremas, mas para salvar a vida de alguém precisamos colocar a vida de outros em perigo? Onde fica a linha tênue que divide um cidadão abnegado que vai até as ultimas conseqüências para salvar um ente querido de um criminoso? São questões complicadas que leva-nos a ter inquietações. Se todos fizéssemos,  aquilo que fosse melhor para nós, viveríamos em um mundo de egoísmo ético, e isto levaria ao fim da sociedade.
Em relação aos reféns, as opiniões ficaram divididas muitos apoiaram a atitude de John e outros não, principalmente os preconceituosos e que também cometiam atos vistos pela sociedade como imorais. Ao médico foi dado o papel de “mau”, caracterizando este como o profissional da saúde que só pensa em dinheiro. A mídia coube o papel de sensacionalista, de um querer faturar em cima de uma história comovente e ao mesmo tempo polêmica, que acabou colocando a população a favor do “sequestrador”. A uma das autoridades envolvidas coube o papel de manipulação de jogos de interesse, quando percebeu que sua imagem não seria bem vista a partir de determinada atitude considerada antiética pela sociedade e que poderia colocar em risco sua candidatura a deputado. Chamamos a atenção para o último questionamento do filme, a nós cabe o direito de encerrar nossa própria vida em benefício da vida de outro alguém?
Enfim, aqui não se esgota toda a temática ética que o filme trata, por isso vale a pena assisti-lo, aprofundar e refletir nessas e em outras questões (anti)éticas a qual o filme traz a tona. É uma história intrigante e como expectadores sabendo da vida, da luta e da situação do pai, é quase automático nos simpatizarmos com sua história, mesmo, sabendo que ele comente um crime.
Analisando toda a questão damos a nós mesmos a explicação de que só concordamos com o modo como ele agiu (embora saibamos que não é 'correto'), porque ele foi levado a isso por uma condição extrema, de 'vida ou morte', e que ele tinha 'boas intenções'. E é por isso que existe um dilema ético: embora o pai tenha infligido a moral, sentimos de que alguma forma o que ele fez, depois de todas as reviravoltas, se torna um ato ético, pois ele agiu de acordo com o que era certo e necessário para ele naquele momento. Isso nos leva a questionamentos que deixamos como forma de reflexão interna para você amigo leitor: A ética é um elemento sujeito ao tempo, aos momentos e situações? Até que ponto para garantirmos nossos direitos podemos nos sobrepor ao direito do outro? E se fosse um ente querido nosso, como agiríamos?

Nenhum comentário:

Postar um comentário