ADRIELE PEREIRA, ENEIDE FERREIRA,
MARCUS SANTOS, MAYARA PAIVA, THAÍSE ADORNO, SINARA, VÂNIA ALVES.
Tema: ÉTICA NO MILITARISMO
Título: As faces da (in)segurança
A ética está presente em todas
as áreas de nossas vidas mais, especialmente, no âmbito profissional quando
lidamos com pessoas e vidas a todo o momento. Você já parou para se perguntar
sobre a ética na profissão militar?
A disciplina e a hierarquia
são e continuam sendo valores primordiais na vida militar. E, ao lado destes
dois preceitos surge a ética como o terceiro pilar no militarismo, com o
intuito de guiar as condutas profissionais. Em síntese a ética no militarismo
se refere a um conjunto de regras ou padrões que levam o militar a agir de
acordo com o sentimento de dever, honra pessoal, honra militar e
decoro da classe.
Relacionado com ética militar,
um fato que chamou a atenção e gerou polêmica no cenário nacional e
internacional nos últimos meses, as vésperas do carnaval, foi à greve da
Polícia Militar na Bahia, permeado por inúmeras discussões éticas. O que nos
leva a questionar até que ponto se pode lutar pelos direitos de uma classe sem
pôr em risco a vida da população?
Antes de pontuar algumas
questões referentes a este evento, queremos deixar claro que não foram todos os
PM’s que aderiram à greve e que os atos de vandalismo foram feitos por uma
pequena parte da classe e, que, o nosso intuito com esse texto é levar o leitor
a uma reflexão crítica a respeito da temática e não defender “lados”.
A greve aterrorizou a
população baiana. Altas porcentagens de violência, homicídios, roubos. E entre
mortos e feridos, inúmeros prejuízos financeiros também. As escolas e
universidades que estavam previstas para começar suas atividades pararam, o
comércio fechou as portas e tínhamos um governo bastante pressionado e
preocupado com os prejuízos que teria se tivesse que cancelar a folia momesca. E
para completar uma mídia sensacionalista, que fez com que a maior parte da
população não entendesse o verdadeiro sentido da greve, fazendo o movimento se tornar algo “apelativo”
e “baderneiro”.
Vivemos em um Estado Democrático de Direitos,
sendo assim não se pode proibir greve e nem de que as classes lutem pelos seus
direitos de melhores condições de salários e trabalho. Por outro lado, é um
direito dos cidadãos, ter sua segurança garantida pelo Estado, de acordo com a
Constituição de 88. Desta maneira, como lhe dar com tal empasse?
Primeiro, que se chegamos a
tal situação de calamidade significa dizer, que havia algo errado e não é de
hoje. PM’s com baixos salários, precárias condições de trabalho, arriscando a
própria vida todos os dias na “guerra urbana”, na qual vivemos. Se saúde,
segurança e educação devem ser prioridades em qualquer governo, por que o
Estado fecha os olhos para tal precarização desses itens básicos em nosso país?
O governo não pode simplesmente fechar os olhos, não querer negociar, tratar
com descaso e repressão movimentos como esse. Isso, só fragiliza mais e mais a
situação de (in)segurança na qual vivemos. Precisa SIM, dar subsídios para que,
de fato, a segurança de nós, cidadãos, esteja assegurada.
Segundo, óbvio que lutar pelos
nossos direitos não deve ser considerado um ato antiético, desde, que isso não
prejudique o outro, mas há formas e formas de lutar. Não acreditamos que
invadir a Assembleia Legislativa, levar mulheres e crianças, usar de força e
vandalismo sejam os melhores métodos para alcançar o objetivo desejado, no
máximo uma forma exagerada encontrada de chamar atenção do Povo e do Estado.
Terceiro, que o evento foi um
prato cheio para a mídia, ainda mais em um período de férias, pré-carnavalesco.
A impressa faz com que o povo vire massa de manobra, mostra apenas as consequências
do que estava ocorrendo em decorrência do evento, assusta e amedronta a
população de forma sensacionalista, rotula o movimento de antiético, ilegal e
criminoso. Então, nos perguntamos, será mesmo que a postura dos veículos
comunicativos deveria ser essa ou deveria ser de passar as noticias de forma
imparcial e com seriedade?
Quarto, e como a fica o nosso
DIREITO a segurança, como fica a população diante de tudo isso? Assustada,
coagida, amedrontada, encurralada, aprisionada, manipulada? Precisamos acordar
e começar a entender que temos um papel ativo em todo esse cenário, seja no
período de eleições, seja cobrando, seja denunciando, seja com atitudes éticas
em nossa vida diária.
E, finalmente o último ponto a
ser refletido. Será que estamos mesmo a salvo em qualquer lugar só porque temos
polícia na rua, é garantido nosso direito a segurança só quando a polícia está
nas ruas? Obviamente não, claro que isso nos faz sentir mais seguros, mas, será
que segurança pode ser resumida a isso?
Pensamos que não, que
segurança não se constrói apenas com leis, regras, punição. Pensamos que,
segurança se constrói atrelada a várias outras questões inclusive com a
igualdade de oportunidades e acesso a educação, só assim começaremos a
construir uma sociedade mais justa, mais segura e porque não dizer mais ética.
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