segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Texto do Grupo: Ética no Militarismo


ADRIELE PEREIRA, ENEIDE FERREIRA, MARCUS SANTOS, MAYARA PAIVA, THAÍSE ADORNO, SINARA, VÂNIA ALVES.
                                         

Tema: ÉTICA NO MILITARISMO

Título: As faces da (in)segurança

A ética está presente em todas as áreas de nossas vidas mais, especialmente, no âmbito profissional quando lidamos com pessoas e vidas a todo o momento. Você já parou para se perguntar sobre a ética na profissão militar?
A disciplina e a hierarquia são e continuam sendo valores primordiais na vida militar. E, ao lado destes dois preceitos surge a ética como o terceiro pilar no militarismo, com o intuito de guiar as condutas profissionais. Em síntese a ética no militarismo se refere a um conjunto de regras ou padrões que levam o militar a agir de acordo com o sentimento de dever, honra pessoal, honra militar e decoro da classe.
Relacionado com ética militar, um fato que chamou a atenção e gerou polêmica no cenário nacional e internacional nos últimos meses, as vésperas do carnaval, foi à greve da Polícia Militar na Bahia, permeado por inúmeras discussões éticas. O que nos leva a questionar até que ponto se pode lutar pelos direitos de uma classe sem pôr em risco a vida da população?
Antes de pontuar algumas questões referentes a este evento, queremos deixar claro que não foram todos os PM’s que aderiram à greve e que os atos de vandalismo foram feitos por uma pequena parte da classe e, que, o nosso intuito com esse texto é levar o leitor a uma reflexão crítica a respeito da temática e não defender “lados”.
A greve aterrorizou a população baiana. Altas porcentagens de violência, homicídios, roubos. E entre mortos e feridos, inúmeros prejuízos financeiros também. As escolas e universidades que estavam previstas para começar suas atividades pararam, o comércio fechou as portas e tínhamos um governo bastante pressionado e preocupado com os prejuízos que teria se tivesse que cancelar a folia momesca. E para completar uma mídia sensacionalista, que fez com que a maior parte da população não entendesse o verdadeiro sentido da greve,  fazendo o movimento se tornar algo “apelativo” e “baderneiro”.
 Vivemos em um Estado Democrático de Direitos, sendo assim não se pode proibir greve e nem de que as classes lutem pelos seus direitos de melhores condições de salários e trabalho. Por outro lado, é um direito dos cidadãos, ter sua segurança garantida pelo Estado, de acordo com a Constituição de 88. Desta maneira, como lhe dar com tal empasse?
Primeiro, que se chegamos a tal situação de calamidade significa dizer, que havia algo errado e não é de hoje. PM’s com baixos salários, precárias condições de trabalho, arriscando a própria vida todos os dias na “guerra urbana”, na qual vivemos. Se saúde, segurança e educação devem ser prioridades em qualquer governo, por que o Estado fecha os olhos para tal precarização desses itens básicos em nosso país? O governo não pode simplesmente fechar os olhos, não querer negociar, tratar com descaso e repressão movimentos como esse. Isso, só fragiliza mais e mais a situação de (in)segurança na qual vivemos. Precisa SIM, dar subsídios para que, de fato, a segurança de nós, cidadãos, esteja assegurada.
Segundo, óbvio que lutar pelos nossos direitos não deve ser considerado um ato antiético, desde, que isso não prejudique o outro, mas há formas e formas de lutar. Não acreditamos que invadir a Assembleia Legislativa, levar mulheres e crianças, usar de força e vandalismo sejam os melhores métodos para alcançar o objetivo desejado, no máximo uma forma exagerada encontrada de chamar atenção do Povo e do Estado.
Terceiro, que o evento foi um prato cheio para a mídia, ainda mais em um período de férias, pré-carnavalesco. A impressa faz com que o povo vire massa de manobra, mostra apenas as consequências do que estava ocorrendo em decorrência do evento, assusta e amedronta a população de forma sensacionalista, rotula o movimento de antiético, ilegal e criminoso. Então, nos perguntamos, será mesmo que a postura dos veículos comunicativos deveria ser essa ou deveria ser de passar as noticias de forma imparcial e com seriedade?
Quarto, e como a fica o nosso DIREITO a segurança, como fica a população diante de tudo isso? Assustada, coagida, amedrontada, encurralada, aprisionada, manipulada? Precisamos acordar e começar a entender que temos um papel ativo em todo esse cenário, seja no período de eleições, seja cobrando, seja denunciando, seja com atitudes éticas em nossa vida diária.
E, finalmente o último ponto a ser refletido. Será que estamos mesmo a salvo em qualquer lugar só porque temos polícia na rua, é garantido nosso direito a segurança só quando a polícia está nas ruas? Obviamente não, claro que isso nos faz sentir mais seguros, mas, será que segurança pode ser resumida a isso?
Pensamos que não, que segurança não se constrói apenas com leis, regras, punição. Pensamos que, segurança se constrói atrelada a várias outras questões inclusive com a igualdade de oportunidades e acesso a educação, só assim começaremos a construir uma sociedade mais justa, mais segura e porque não dizer mais ética.

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