domingo, 7 de outubro de 2012

ÉTICA EM SAÚDE

        Filmes são uma maneira divertida e interessante de refletir sobre temas importantes e polêmicos. Então aí vão dicas de filmes que tratam sobre diversas temáticas dentro da Ética em Saúde.
O primeiro a ser citado é “Menina de ouro”, filme que trata do embate da caipira Maggie contra o preconceituoso e “católico” treinador de boxe, Frankie Dunn. 
Frankie Dunn é um treinador de boxe, que sofre com a dolorosa separação da filha, juntamente com Eddie Scrap, veterano lutador que perdeu um olho na sua última luta e juntos administram uma decadente academia de boxe.
Maggie, a menina de ouro, decide treinar na academia e ganha o apoio de Scrap, que enxerga seu potencial, e com isso, Frankie acaba cedendo em transformá-la numa lutadora profissional. O mesmo costumava passar para seus lutadores sua lição de vida: “antes de tudo, se proteja”.  No dia da luta, Maggie sofre um acidente, ocasionado pela deslealdade da sua oponente. Após isso, ela ficou em estado vegetativo, em que sua vida dependia do funcionamento de aparelhos. Triste com a situação que se encontra, Maggie faz um pedido a Frankie, em que solicita o desligamento da aparelhagem, pois, diante de toda sua glória como lutadora, viver daquele jeito era inaceitável.
Mesmo diante dos confrontos de sua mente, e religião, Frankie decide acatar o pedido de Maggie e, desliga os aparelhos e a faz dormir para sempre.
Diante disto, surgem vários questionamentos, a declaração dos direitos humanos garante que: “- Todo indivíduo tem direito a vida...”, porém, isto nos faz refletir: -“E quando viver deixa de ser um direito e passa ser uma obrigação, o que fazer”? Seria ético interferir nesse direito, mesmo sendo um desejo pessoal?
No Brasil, tal prática é considerada homicídio doloso. De acordo com nosso ordenamento, a morte não poderá ser antecipada, configurando como um ato ilícito e inconstitucional para quem pratica.
Porém, diante dessas circunstâncias, O que você faria? Seria ético e deixaria a pessoa querida viver vegetando, sendo infeliz? Ou seria contra a ética e acataria o seu pedido para não vê-la mais sofrer?


 Nossa segunda recomendação é o filme “Uma Prova de Amor”, onde um casal decide, por recomendação médica conceber uma segunda filha geneticamente criada para ser compatível e salvar a irmã, que sofre de leucemia desde os primeiros meses de vida, através da doação de medula óssea. Esse acontecimento nos leva a questionar: É ético gerar um filho para salvar a vida de outro? Segundo a Legislação Brasileira (Lei n. 9.434/97, art. 9º, § 6º), nesse caso os pais tem permissão legal para esse tipo de gestação, sendo a única exceção em que um menor pode doar órgãos ou tecidos no país.
O enredo se complica quando Kate (a irmã mais velha) recebe o diagnóstico de insuficiência renal e necessita da realização de um transplante. Então Anna, a irmã mais nova, pede a emancipação médica e os direitos de seu próprio corpo para seus pais, para que não tenha que doar um de seus rins para sua irmã. Isso nos leva a outro questionamento ético: Uma criança é capaz decidir o que é melhor para si? Bom aqui no Brasil essa doação não seria possível, pois Anna tem apenas 13 anos e segundo as leis acerca do transplante só pode doar órgãos o menor relativamente incapaz, ou seja, aquele acima de 16 anos, emancipado pelos pais.
O dilema final do filme gira em torno da calma de Kate, pronta para partir, e a eterna expectativa de luta de Sarah, sua mãe, que não consegue aceitar a ideia de perder a sua filha tão amada, pela qual dedicou todos os seus esforços.


Na nossa terceira sugestão, é o documentário “O aborto dos Outros”, e o que se relata é o elevado número de abortamentos realizados clandestinamente e em quais circunstâncias são realizados, que muitas vezes decorrem de estupros ou de más formações fetais que comprometem gravemente a vida humana, sendo expectativa de vida reduzida. Dessa forma, questionamos: Até que ponto o aborto deve ser legalizado?
De acordo com o Código Penal Brasileiro no seu artigo 128, do Decreto - Lei n° 2848 de 07/12/1940, diz: "Não se pune o aborto praticado por médico: I - Se não há outra maneira de salvar a vida da gestante; II - Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu responsável legal". Além desses casos, mais recentemente, o Supremo Tribunal Federal votou e aprovou, nos dias 11 e 12 de abril de 2012, o projeto que prevê a legalização do aborto para fetos anencéfalos. Porém, tal decisão ainda é bastante discutida, principalmente no meio religioso, em que se argumenta que somente Deus tem o dom da vida e só Ele pode tirar; e na área médica, em que muitos afirmam que esses casos devem ser considerados como graves, contudo a baixa expectativa de vida não deve limitar os direitos dessas crianças.
Nesses casos em que o aborto é legalizado, a gestante tem o direito de realizar o procedimento com cobertura legal pelo Sistema Único de Saúde, todavia no Código de Ética Médica há dispositivos em que o médico deve orientar-se e um deles é o livre arbítrio, em que nenhum médico será obrigado a realizar qualquer procedimento que se oponha aos ditames de sua consciência e aos seus princípios – religiosos ou não –, sendo orientado que a gestante procure outro profissional que se disponha a realizar o processo.

Trailer do Documentário: http://www.youtube.com/watch?v=dBxxQAa--Sw

Por: Adrielle Miranda, Ana Paula Estrela, Andrea Vierira, Bruna Lorena, Jéssica Karine, Larissa Oliveira, Maiana Ribeiro e Tassia Camila.


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