Filmes são uma maneira
divertida e interessante de refletir sobre temas importantes e polêmicos. Então
aí vão dicas de filmes que tratam sobre diversas temáticas dentro da Ética em
Saúde.
O primeiro a ser citado
é “Menina de ouro”, filme que trata do embate da caipira Maggie contra o
preconceituoso e “católico” treinador de boxe, Frankie Dunn.
Frankie
Dunn é um treinador de boxe, que sofre com a dolorosa separação da filha,
juntamente com Eddie Scrap, veterano lutador que perdeu um olho na sua última luta
e juntos administram uma decadente academia de boxe.
Maggie,
a menina de ouro, decide treinar na academia e ganha o apoio de Scrap, que
enxerga seu potencial, e com isso, Frankie acaba cedendo em transformá-la numa
lutadora profissional. O mesmo costumava passar para seus lutadores sua lição
de vida: “antes de tudo, se proteja”. No
dia da luta, Maggie sofre um acidente, ocasionado pela deslealdade da sua
oponente. Após isso, ela ficou em estado vegetativo, em que sua vida dependia
do funcionamento de aparelhos. Triste com a situação que se encontra, Maggie
faz um pedido a Frankie, em que solicita o desligamento da aparelhagem, pois,
diante de toda sua glória como lutadora, viver daquele jeito era inaceitável.
Mesmo
diante dos confrontos de sua mente, e religião, Frankie decide acatar o pedido
de Maggie e, desliga os aparelhos e a faz dormir para sempre.
Diante
disto, surgem vários questionamentos, a declaração dos direitos humanos garante
que: “- Todo indivíduo tem direito a vida...”, porém, isto nos faz refletir: -“E
quando viver deixa de ser um direito e passa ser uma obrigação, o que fazer”?
Seria ético interferir nesse direito, mesmo sendo um desejo pessoal?
No Brasil, tal prática
é considerada homicídio doloso. De acordo com nosso ordenamento, a morte não
poderá ser antecipada, configurando como um ato ilícito e inconstitucional para
quem pratica.
Porém, diante dessas
circunstâncias, O que você faria? Seria ético e deixaria a pessoa querida viver
vegetando, sendo infeliz? Ou seria contra a ética e acataria o seu pedido para
não vê-la mais sofrer?
O enredo se complica
quando Kate (a irmã mais velha) recebe o
diagnóstico de insuficiência renal e necessita da realização de um transplante.
Então Anna, a irmã mais nova, pede a emancipação médica e os direitos de seu
próprio corpo para seus pais, para que não tenha que doar um de seus rins para
sua irmã. Isso nos leva a outro questionamento ético: Uma criança é
capaz decidir o que é melhor para si? Bom aqui no Brasil essa doação não seria
possível, pois Anna tem apenas 13 anos e segundo as leis acerca do transplante
só pode doar órgãos o menor relativamente incapaz, ou seja, aquele acima de 16
anos, emancipado pelos pais.
O dilema final do filme gira em
torno da calma de Kate, pronta para partir, e a eterna expectativa de luta de
Sarah, sua mãe, que não consegue aceitar a ideia de perder a sua filha tão
amada, pela qual dedicou todos os seus esforços.
Trailer do Filme: http://www.youtube.com/watch?v=2Wqk4Cljw1c
Na nossa terceira
sugestão, é o documentário “O aborto dos Outros”, e o que se relata é o elevado número de
abortamentos realizados clandestinamente e em quais circunstâncias são
realizados, que muitas vezes decorrem de estupros ou de más formações fetais
que comprometem gravemente a vida humana, sendo expectativa de vida reduzida.
Dessa forma, questionamos: Até que ponto o aborto deve ser legalizado?
De acordo com o Código
Penal Brasileiro no seu artigo 128, do Decreto - Lei n° 2848 de 07/12/1940,
diz: "Não se pune o aborto praticado por médico: I - Se não há outra
maneira de salvar a vida da gestante; II - Se a gravidez resulta de estupro e o
aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu
responsável legal". Além desses casos, mais recentemente, o Supremo
Tribunal Federal votou e aprovou, nos dias 11 e 12 de abril de 2012, o projeto
que prevê a legalização do aborto para fetos anencéfalos. Porém, tal decisão
ainda é bastante discutida, principalmente no meio religioso, em que se
argumenta que somente Deus tem o dom da vida e só Ele pode tirar; e na área
médica, em que muitos afirmam que esses casos devem ser considerados como
graves, contudo a baixa expectativa de vida não deve limitar os direitos dessas
crianças.
Nesses
casos em que o aborto é legalizado, a gestante tem o direito de realizar o
procedimento com cobertura legal pelo Sistema Único de Saúde, todavia no Código
de Ética Médica há dispositivos em que o médico deve orientar-se e um deles é o
livre arbítrio, em que nenhum médico será obrigado a realizar qualquer
procedimento que se oponha aos ditames de sua consciência e aos seus princípios
– religiosos ou não –, sendo orientado que a gestante procure outro
profissional que se disponha a realizar o processo.
Trailer do Documentário: http://www.youtube.com/watch?v=dBxxQAa--Sw
Por: Adrielle Miranda, Ana Paula Estrela, Andrea Vierira, Bruna Lorena, Jéssica Karine, Larissa Oliveira, Maiana Ribeiro e Tassia Camila.
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