domingo, 7 de outubro de 2012

Filme “Não me abandone jamais”.


        O filme “Não me abandone jamais” é baseado em um livro de Kazuo Ishiguro, publicado em 2005 e foi escolhido pela Revista Time como o melhor livro da década.
A história se passa em 1952, em uma realidade em que os avanços medicinais já permitem uma expectativa de vida de 100 anos. O cenário inicial é o internato Hailsham, no final da década de 70, quando os amigos Kathy, Ruth e Tommy ainda são crianças e desconhecem o fato de que seu futuro já foi planejado antes mesmo de seu nascimento, pois a cura para as principais doenças da humanidade teria sido descoberta, através da doação de órgãos, advindas de clones humanos. 
Os amigos Kathy, Tommy e Ruth não sabem, mas, são três destes clones. As crianças clonadas para proporcionar a cura são criadas numa escola isolada, onde a principal regra é a superproteção dos alunos, para que eles não contraíssem nenhuma doença para serem capazes de doar órgãos saudáveis.
A história é narrada por Kathy. Tommy é um garoto que sofre bullying na escola, por este motivo Kathy se aproxima dele e os dois viram amigos. Como forma de retribuir atenção e carinho da amiga, Tommy lhe dá uma fita cassete com a música “Never let me go” (Não me Abandone Jamais), título do filme.
       As crianças viviam sob uma supervisão que incluia uma alimentação e hábitos saudáveis, além de uma pulseira que precisam usar para atestar saídas e entradas do internato. Embora residam em um lugar rígido, elas vivem como quaisquer outras crianças. Ainda na infância, Kathy desenvolve um sentimento por Tommy, porém, este sentimento precisa ser guardado por muitos anos, pois Ruth ao perceber que sua amiga Kathy está gostando de Tommy o beija.
        Conforme a trama se desenvolve, o foco se volta mais especificamente para o triângulo amoroso entre os amigos e as informações sobre a realidade que enfrentarão ficam escassas. Fica-se apenas com aquilo que já foi contado: em determinado momento, os três precisarão se submeter a cirurgias que aos poucos os deixará mais fracos até que isso os mate. É ai que entra nossos questionamentos sobre o longa... O que aconteceria se eles apenas se rebelassem e fugissem? Até aonde vai o monitoramento de suas vidas enquanto esperam para estarem prontos para a primeira doação? Não só essas explicações não são apresentadas como os personagens, principalmente Kathy parece bastante resignada com o seu futuro. Em nenhum momento contestam a injustiça de sua existência e, quanto chega perto de fazê-lo, é muito mais movido pela necessidade de conviverem mais tempo uns com os outros do que pelo direito de terem uma vida e serem donos dos próprios corpos. Em nenhum momento os amigos se questionam sobre seus direitos como seres humanos e isso pode causar inquietação à plateia. Por que aceitar de forma tão passiva a morte em prol de outros indivíduos que sequer conhecem ou com quem não possuem laços sentimentais?
       Não me abandone jamais é construído em sutilezas. Não existe a preocupação de discutir a ética. O interesse em discutir a humanidade se estabelece na medida em que se atém ao sentimento que aqueles jovens sentem um pelo outro e como a inocência vai perdendo espaço para a desesperança.


Postado por: Adrielle Miranda, Ana Paula Estrela, Andrea Vieira, Bruna Lorena, Jessica Karine, Larissa Oliveira, Maiana Ribeiro e Tássia Camila.

Nenhum comentário:

Postar um comentário